terça-feira, setembro 13, 2016

Lembro-me como se fosse ontem

Lembro-me como se fosse ontem
O quanto queria que alguém me encontrasse,
E encontraste-me.

Lembro-me como se fosse ontem
O quanto queria que alguém me amasse,
E amaste-me.

Lembro-me como se fosse ontem
O quanto queria que me abraçassem,
E abraçaste-me.

Lembro-me como se fosse ontem
O quanto me agarrei a ti
Para depois me deixares ir.

De nada mais me consigo lembrar
A não ser de ti,
quando me estendeste a mão
E de quando a largaste também.

Nada mais restou
A não ser uma perfeita ilusão.
A perfeita ilusão de ti
E de um amor que nunca existiu.

terça-feira, agosto 16, 2016

Amo-te

Amo-te.
Amo-te como posso e como quero.
Amo-te como nunca poderei amar.
Amo-te para além de todos e quaisquer limites.

Amo-te,
Mas mais me pareces um abismo, e, é preciso ter asas quando se ama um abismo.

Lamento dizer-te que basta.
Basta ter de ser eu a criar asas e a alcançar o impossível pra te ter.
Lamento ter-me perdido no caminho quando deveria ter-me perdido em ti.
É preciso perdermo-nos para nos encontrarmos,
Mas basta.
Basta ter de passar pelo inferno para amar metade de alguém.

Amo-te.
Amo-te como não quero.

Amar-te é ter de ser alguém que não quero, é ter de ser um vazio,
Mas amo-te, porque a vida quanto mais vazia mais pesa.

sexta-feira, agosto 05, 2016

Dói tanto, mas aguenta-se.

Passei lá na rua, aquela com o jardim repleto de rosas. Aquelas sabes? As que me trazias todos os dias até ao último dos nossos dias. Agora levas rosas mais bonitas a outra.
Dói tanto, mas aguenta-se. Há lá dor que não se aguenta quando se trata de sofrer por ti. 
Passei lá no café, aquele onde te sentavas a ler o jornal ou pelo menos aquele em que te sentavas e fingias ler o jornal. Lembras-te? Quando sentados lado a lado nos declaramos numa simples troca de olhar. Agora finges que lês com outra a teu lado.
Passei lá na praia, aquela onde víamos o por do sol. Sabes? Aquela em que sussurraste ao meu ouvido "amo-te" e eu como resposta dei-te o meu mundo. Agora levaste-me o mundo e deste-o a outra.
Dói tanto, mas aguenta-se.
Passei lá em casa e deixei-te o meu adeus:

"Desculpa se não fui boa o suficiente para ti.
Espero que ela te dê tudo aquilo que eu não consegui, que te dê o mundo enquanto só te dei o que pude. 
Ahh, e obrigado por me ajudares a compreender que primeiro é necessário amor próprio e que um sozinho não ama por dois."

Dói tanto, mas aguentas?

segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Segundos de ti.


Um, dois, três. 
Foram os segundos necessários para entregar-me a ti. 

Quatro, cinco, seis.
Foram os segundos necessários para me deixares ir. 

Assim, num abrir e fechar de olhos, como se nada tivesse acontecido. Questiono-me, de vez em sempre, se sentes a minha falta ou melhor, se alguma vez amaste-me. É incrível como as pessoas revelam-se numa simples questão de segundos e como numa simples questão de segundos conseguem enganar qualquer um, é como uma hipnose, como se me tivesses hipnotizado a ser tua, o que me parece irónico, visto que nunca o fui.

Seis, sete.
Não só o segundo em que me deixaste, mas também aquele mero momento, aquele simples segundo no qual acordei de tão profunda hipnose. 

Não poderei dizer que foi mau de todo. Em primeiro lugar foi apenas mais uma de muitas desilusões, mas bem, como costumam dizer, mais um é sempre bem-vindo! Em segundo lugar ensinou-me a amar, mas a amar-me em primeiro lugar. Em terceiro lugar, obrigado, por me ajudares a crescer.

Oito, nove, dez.
São os segundos que me restam para começar a viver. Começar, porque na verdade nunca cheguei a fazê-lo. 

Estar submetido a um amor que não existe é como perder os sentidos. Mesmo que estejamos vivos, aqueles meros segundos não existem, são apenas um momento em branco na nossa memória, um vazio. Não é viver, é sobreviver.