segunda-feira, fevereiro 29, 2016

Segundos de ti.


Um, dois, três. 
Foram os segundos necessários para entregar-me a ti. 

Quatro, cinco, seis.
Foram os segundos necessários para me deixares ir. 

Assim, num abrir e fechar de olhos, como se nada tivesse acontecido. Questiono-me, de vez em sempre, se sentes a minha falta ou melhor, se alguma vez amaste-me. É incrível como as pessoas revelam-se numa simples questão de segundos e como numa simples questão de segundos conseguem enganar qualquer um, é como uma hipnose, como se me tivesses hipnotizado a ser tua, o que me parece irónico, visto que nunca o fui.

Seis, sete.
Não só o segundo em que me deixaste, mas também aquele mero momento, aquele simples segundo no qual acordei de tão profunda hipnose. 

Não poderei dizer que foi mau de todo. Em primeiro lugar foi apenas mais uma de muitas desilusões, mas bem, como costumam dizer, mais um é sempre bem-vindo! Em segundo lugar ensinou-me a amar, mas a amar-me em primeiro lugar. Em terceiro lugar, obrigado, por me ajudares a crescer.

Oito, nove, dez.
São os segundos que me restam para começar a viver. Começar, porque na verdade nunca cheguei a fazê-lo. 

Estar submetido a um amor que não existe é como perder os sentidos. Mesmo que estejamos vivos, aqueles meros segundos não existem, são apenas um momento em branco na nossa memória, um vazio. Não é viver, é sobreviver.

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